O direito de ser burro

Hoje estou com vontade de mandar tudo e todos para um sitio que eu cá sei…O que mais me irrita é o facto de não saber muito bem porque estou chateado, mas como tem sido comum na minha, não tardará a aparecer um bom motivo para ficar realmente chateado com alguma coisa.

Uma vez encontrei uma formadora que era filha de professores e neta de um padre, que fazia questão de dizer “Ainda bem que o meu avô se portou mal, senão não estava cá hoje.”, que me relatou que a mãe enquanto professora respeitava de tal forma os seus alunos que até aqueles que não queriam aprender podiam frequentar as aulas (de forma ordeira), mas apesar de não chumbarem por faltas chumbavam na disciplina porque a sua mãe acreditava que os alunos ( pessoas ) também tinham o direito a ser burras e como tal devíamos respeitar essa sua vontade.

Mas este tema é bem mais grave quando catapultado para o mundo dos graúdos, vemos que somos burros quando metemos um gato no microondas para o secar e depois o gato vai desta para melhor, solução para esta burrice ??? - Processar a empresa fabricante do microondas porque no manual de instruções do aparelho não avisava que não podíamos por o animal no microondas, no final veremos quem é o burro depois do cliente ser indemnizado.

Isto tudo para quê… mais uma vez, tocam num tema que só posso classificar de burrice, seja das operadoras que comercializam toques de telemóvel, seja de consumidores, ou seja, é com muito agrado que verifico haver legislação mais apertada para as empresas que comercializam toques de telemóvel, o que se passa neste mercado e noutros ( por exemplo a banca ) é que existem boas e más empresas o que não entendo é como não vai ninguém preso por andar a desfalcar as pessoas.

Por outro lado, no papel de consumidor, eu peço um toque ( s/custos ) a seguir recebo um link no meu telemóvel para fazer o download do mesmo ( pago se fizer o download) recebo na altura a informação que aderi a um clube, todas as semanas recebo aquilo que a DGC - Direcção Geral Consumidor classifica como “sms de subscrições moveis que não pediu” avisando-me das promoções do clube ( pago ) e no final do mês quando recebo a factura do telemóvel verifico que fui “roubado”…desculpem mas fui burro não fui roubado.

Se a empresas de toques para telemóveis fornecem um serviço que alguém pediu com a ressalva de que ao pedir aquela imagem, aquele toque, aquela musica estão a aderir a um clube, que têm hipótese de sair do mesmo após pedirem um toque mandando SAIR para o numero XPTO é o procedimento mais correcto ? Na minha opinião não o é, o que deveria acontecer era a empresa debitar o valor daquele toque e dar a hipótese ao cliente de aderir por sua livre vontade ao clube, lamento que tenha que ser legislado para agora se fazer cumprir aquilo que acho que seria de bom senso.

Sinceramente espero que agora este tema desapareça de uma vez por todas dos focos da comunicação social e que se virem, olha por exemplo, para os bancos que nos cobram por serviços que fazemos em casa na internet com a nossa ligação de net nos nossos PC´s e no lugar de um funcionário do banco.

Por outro lado, para quê preocupar-me com este tema quando a Direcção Geral do Consumidor sabe que são cometidas ilegalidades e nada faz para que os culpados sejam punidos, prefere isto sim, colocar estas empresas todas no mesmo saco e publicar no seu site o seu veredicto e gastar dinheiros públicos a fazer anúncios estúpidos nas rádios.

E o burro sou eu…